Guilhermina era uma menina que tinha sido educada sobre as regras e costumes de toda boa família tradicional. Iria ser professora, lecionar para os pequenos, cuidar das coisas da família e ter um bom casamento cristão. Guilhermina era bela, recatada e do lar. Tudo à sua volta era puro e lindo. Só que não. Quando Guilhermina ia à igrejinha, prestava muita atenção às coisas que o padre Bento dizia, ela prestava atenção até demais...
Guilhermina fazia muitas perguntas, isso acontecia porque ela tinha a cabeça cheia de dúvidas. Ninguém gostava das perguntas que ela fazia... até que um dia ela parou de perguntar e resolveu encontrar as respostas sozinha!
Guilhermina odiava a igrejinha, estava cheia de pessoas invejosas e fofoqueiras, ninguém questionava nada, tudo que o padre Bento dizia era lei.
Guilhermina também odiava regras, para ela, as regras só serviam para atrasar a vida e a mente. Mulher não podia fazer o que quisesse, tinha que ser obediente ao marido e à deus. Quem disse que deus era homem? Deus não tinha mãe não?! Ele teve filho como então?
Guilhermina não queria casar e nem lecionar, ela era ambiciosa e queria estudar igual os homens e ser doutor igual eles.
Guilhermina nem gostava só de homens, ela achava as mulheres bonitas também e até queria beijar algumas. Guilhermina adorava beber, mas a sociedade dizia que mulher tinha que se comportar e ser temente à deus.
Certo dia, Guilhermina cansou, começou a beber, a fumar, cortou o cabelo e os maus hábitos também. Saiu da igrejinha, virou fã da Eva e decidiu que deus era mulher. Beijou as amigas na boca e foi pra cidade grande tocar o terror.
O padre Bento tomou um susto, as pessoas fofoqueiras da igreja pararam de falar e a cidade pequena ficou para trás. Guilhermina agora é feliz, reza pra deusa mãe, aceita todas as formas de amor, olha as moças bonitas da rua e toma cerveja todo fim de semana, porque nos outros dias ela precisa estudar.
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