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Era bem menino ainda, mas meu pai me contava muitas histórias e a cada dia ele sempre tinha uma história nova pra contar.
De vez em quando meu pai repetia algumas histórias, mas eu, como um bom ouvinte sempre queria apreciá-las mais uma vez. Certa vez, meu pai disse uma frase assim, que me chamou muita atenção: “a vida é efêmera! ”
Eu imaginava o que podia ser aquilo e pensava comigo mesmo que devia ser uma coisa muito boa essa tal de efêmera... então eu decidi que iria saber o que significava aquilo.
O tempo passou, e minhas ilusões de menino se foram como papai havia previsto, mas elas se foram apenas para dar lugar à outras novas, afinal de contas, somos todos feitos de efemeridades e, o que seria de nós sem as efêmeras? Sendo assim, fui ficando mais esperto, ou pelo menos; acreditava que assim se dava... certa vez me apaixonei... ah! O primeiro amor! Esse nunca podemos esquecer... Era mesmo bem avassalador, mas perfeitamente cabível para as minhas ambições de menino, menino menos menino, e mais homem, mas ainda assim, menino. Isso, se todo homem não for um pouco menino... Mas voltando às reflexões que papai me inspirava, cresci, me apaixonei outras vezes, trabalhei, esqueci dos amores, amei o trabalho, odiei também, resolvi problemas e encontrei outros novos.... Mas a efemeridade ainda estava lá, latente e sincera, pedindo socorro pra sair da minha alma aflita que mal dava atenção aos seus gritos de súplica por liberdade. E pois, eis que um belo dia me lembro da frase de papai, ecoando na minha cabeça, me fazendo voltar no tempo à custa de efemeridades; e faço comigo mesmo a seguinte indagação: “porque papai não escolheu uma palavra mais fácil? ”
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