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A fraude que sou

  • Foto do escritor: P. Pontes
    P. Pontes
  • 7 de ago. de 2021
  • 1 min de leitura

Descobri que sou uma fraude, tudo que sou até aqui são apenas meras ilusões.

Desde o dia em que nasci, nasceu uma personagem idealizada, criada e feita de belas mentiras. Com o tempo ela foi crescendo e se desenvolvendo cercada de elementos e conteúdos imaginários que para ela eram reais, cognoscíveis, táteis.

Tudo mentira!

Corra Clarinha! Corra depressa!

A vida não espera por você, ela está ávida para lhe tragar de volta… de volta à morte.

Dê meia volta e olhe o que passou, olhe o que aconteceu! Como você é inconstante menina!

Descobri sem querer que a fraude era eu, e tudo que eu havia imaginado de alguma forma foi manipulado, me fizeram acreditar em mim…

Pobre inocente…

Te fabricam de forma impensada, te geram, te esperam cheios de esperanças que não te pertencem, te pariram, te vestiram e te deram um nome, assim como fazemos com nossos animais de estimação, tentamos domesticá-los e torná-los fofinhos.

São selvagens e pulsam pela vida e pela morte, assim como nós.

Que fraude… que linda -disseram eles-

Mas quem são eles? Ainda não sei Clarinha…

Acredito que tenho sorte, porque foi bem antes da morte

Que descobri a fraude que sou.

Ainda tenho tempo de me desmanchar e me parir novamente,

Para poder finalmente ser quem eu quero ser, quem eu quero Sou.

 
 
 

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